Parotidectomia: em quais casos a cirurgia é indicada?

Atualizado em: 5 de agosto de 2025.
Temo de leitura: 3 min.

Ilustração de cabeça humana com destaque em tom alaranjado para a glândula parótida e seus nervos, indicando localização anatômica.

 A parotidectomia é uma cirurgia realizada para remover parcial ou totalmente a glândula parótida, sendo indicada em diversos casos, como tumores benignos, malignos e inflamações crônicas. O procedimento exige avaliação médica criteriosa e cuidados no pós-operatório. Entenda mais sobre esse assunto!

A parotidectomia é uma cirurgia indicada para a retirada total ou parcial da glândula parótida, a maior das glândulas salivares, localizada nas laterais do rosto. 

Essa glândula pode ser acometida por tumores, cistos, infecções e processos inflamatórios persistentes, o que pode justificar a necessidade de intervenção cirúrgica.

A maioria dos tumores da parótida é benigna, como o adenoma pleomórfico, mas a remoção é essencial para evitar crescimento, dor ou transformação maligna. 

Neste artigo, abordaremos quando a parotidectomia é indicada, quais os principais tipos de tumores que afetam a glândula parótida e como é feito o diagnóstico pré-operatório. Leia até o final e saiba mais!

Quando a parotidectomia é indicada

A indicação da parotidectomia ocorre principalmente em três contextos: presença de tumores, infecções crônicas e doenças inflamatórias autoimunes. A decisão é baseada em exames clínicos e de imagem, como ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética.

Nos casos mais comuns, os motivos que justificam a cirurgia incluem:

  • Tumores benignos com crescimento progressivo
  • Tumores malignos confirmados por biópsia
  • Infecções recorrentes ou abscessos resistentes a antibióticos
  • Cistos que causam desconforto estético ou funcional
  • Doenças inflamatórias crônicas, como a síndrome de Sjögren
  • Diagnóstico incerto mesmo após punção aspirativa

Além disso, a cirurgia pode ser recomendada quando há compressão de estruturas próximas, como o nervo facial, o que pode causar paralisia parcial ou total do rosto. A preservação desse nervo é uma das maiores preocupações durante a parotidectomia.

Vale lembrar que o procedimento pode ser superficial (retirando apenas a parte externa da glândula) ou total, dependendo da localização e extensão da lesão.

Tipos de tumores que acometem a glândula parótida

Os tumores da glândula parótida são variados e podem ser benignos ou malignos. A identificação precoce é essencial para definir a melhor abordagem terapêutica e evitar complicações.

Entre os tumores benignos, os mais frequentes são:

  • Adenoma pleomórfico
  • Tumor de Warthin
  • Lipoma
  • Hemangioma

Já entre os tumores malignos, os principais incluem:

  • Carcinoma mucoepidermoide
  • Carcinoma adenóide cístico
  • Carcinoma ex-adenoma pleomórfico
  • Carcinoma de células acínicas

Os tumores benignos tendem a crescer lentamente e não invadir tecidos vizinhos, mas sua remoção é indicada para prevenir recidivas ou transformação maligna. 

Já os malignos requerem uma abordagem mais ampla, muitas vezes com retirada total da glândula e dissecção de linfonodos.

A evolução clínica, o tipo celular e o grau de agressividade determinam o tratamento complementar, que pode incluir radioterapia.

Diagnóstico e preparo pré-operatório

Antes de realizar a parotidectomia, é necessário um conjunto de exames para confirmar o diagnóstico e avaliar a viabilidade cirúrgica. A investigação inicial começa com o exame físico detalhado, seguido por exames de imagem e biópsia.

As etapas comuns no diagnóstico e preparo incluem:

  • Exame clínico com palpação da massa parotídea
  • Ultrassonografia para avaliar características internas da lesão
  • Punção aspirativa por agulha fina (PAAF) para análise citológica
  • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética para mapear extensão
  • Avaliação funcional do nervo facial
  • Exames laboratoriais de rotina

O período pré-operatório também é crucial para o sucesso do procedimento, sendo importante jejum adequado, suspensão de medicamentos conforme orientação médica e planejamento do pós-operatório, que envolve repouso e possíveis sessões de fisioterapia facial.

A parotidectomia é um procedimento fundamental para o tratamento de diversas condições que afetam a glândula parótida. 

A indicação da cirurgia deve ser cuidadosa, considerando os benefícios e riscos para cada paciente. Com avaliação adequada, é possível alcançar bons resultados e preservar a qualidade de vida.

Autor

Dr. Marcelo Schalch

CRM 164050-SP

RQE Nº 105906

  • Médico formado pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC).
  • Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pelo Instituto do Câncer Doutor Arnaldo